Quarta Feira (31/08), um garoto de 11 anos foi condenado a 18 meses de medidas socioeducativas por participar dos distúrbios em Londres, no mês passado. "Você parece pensar que ninguém pode parar o modo como você se comporta", disse o juiz, ao proferir a sentença.
No Brasil, a realidade é outra. Um grupo de sete crianças, duas de 12 anos e as outras com menos que isso, depredaram o Conselho Tutelar da Vila Mariana, em São Paulo. Os dois maiores de 12 anos acabaram internados na Fundação Casa, mas os outros cinco foram levados a um abrigo -três deles fugiram em seguida.
Foi o episódio mais grave da série de ofensas protagonizadas por grupos de infratores jovens, a exemplo da "gangue das meninas", em bairros valorizados da capital, como Vila Mariana (Zona Sul de SP).
Foi o episódio mais grave da série de ofensas protagonizadas por grupos de infratores jovens, a exemplo da "gangue das meninas", em bairros valorizados da capital, como Vila Mariana (Zona Sul de SP).
Esses casos atiçam, outra vez, o debate sobre o que críticos consideram uma excessiva leniência do Estatuto da Criança e do Adolescente (que foi promulgado em 13/07/1990), que proíbe qualquer medida privativa de liberdade para menores de 12 anos.
Não é a primeira vez, decerto, que o ECA fica sob fogo cruzado. O clamor por medidas mais duras ocorreu, por exemplo, na esteira das barbaridades cometidas, em 2004, por um adolescente contra um jovem casal em São Paulo e, mais recentemente, após o assassinato do menino João Hélio, no Rio -menores faziam parte do bando que arrastou o garoto.
O ECA deveria, de fato, ser modificado para adaptar-se a uma realidade em que adolescentes cometem crimes hediondos. Uma das medidas necessárias é aumentar o tempo máximo de internação, hoje de três anos, para dez, em crimes como homicídio.A atual onda de pequenos crimes cometidos por crianças menores de 12 anos, entretanto, não demanda mudanças no ECA.
Nesse caso, a efetiva aplicação do diploma bastaria. O estatuto prevê acompanhamento de especialistas, matrícula e frequência obrigatórias em escola e inclusão em programas de apoio tanto aos jovens quanto às famílias -feixe de medidas que não tem sido colocado em prática a contento.
Artigo de Douglas Santos Ribeiro, 22, São Paulo/SP.
Este artigo foi redigido com base de informações extraídas no Jornal "Folha de São Paulo".

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