Pesquisa mostra que enquanto 59% dos jovens não têm preferência partidária, 71% consideram a internet uma ferramenta política
Os jovens brasileiros enxergam cada vez menos os partidos como uma opção para o engajamento político. Ao mesmo tempo, cada vez mais vêem a internet como ferramenta para esse tipo de mobilização. A conclusão resulta de uma pesquisa que ouviu brasileiros com idades entre 18 e 24 anos, segundo a qual 59% dos entrevistados afirmaram não ter nenhuma preferência partidária.
O dado consta do relatório completo do estudo, realizado em parceria entre a agência Box1824 e o instituto Datafolha. A pesquisa detalhada deve ser divulgada na próxima semana, de acordo com a agencia, mas os primeiros dados, revelados pelo jornal Folha de S. Paulo no início desta semana, já apontavam que 71% dos entrevistados consideram a web um meio para fazer política.
"Os jovens estão trocando partidos políticos por outras formas de atuação política. Não apenas uma, mas várias formas ao mesmo tempo. E a internet aparece como a principal delas", diz o pesquisador da Box e sociólogo Gabriel Milanez.
Para pesquisador, eventos como o 'churrasco de gente diferenciada' são exemplos de mobilização política dos jovens por meio das redes sociais.
O desinteresse dos jovens por partidos políticos aumenta na medida em que a renda dos entrevistados diminui. Entre os mais ricos e considerados de classe média, 57% dos entrevistados afirmaram não ter nenhum partido político. Já entre os mais pobres, esse número sobe para 66%. Na média, 59% não têm interesse por partidos.
Para Milanez, esse comportamento é uma tendência. "O jovem pensa num outro tipo de transformação social. A política institucional, de Brasília, partidária, não é como o jovem pensa. O jovem não entende mais que a solução virá lá de cima", analisa o pesquisador.
"É um novo modelo, onde não há hierarquia. Agora, são micro-revoluções, são ações do dia a dia. E os jovens se conectam a grupos diferentes por meio das mídias sociais. Como exemplos de manifestações simbólicas que nasceram pela internet e foram para as ruas, podemos lembrar o churrasco da gente diferenciada, a marcha da maconha, o movimento catraca livre e o Ficha Limpa", diz Milanez.
A pesquisa também concluiu que o jovem brasileiro está otimista com relação ao futuro. Dos entrevistados, 89% afirmam que têm mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro. Apenas 9% acreditam que o Brasil está mudando para pior e 15% acreditam que o País não está mudando.
O otimismo é maior entre os jovens com maior grau de escolaridade. Entre os que têm ensino superior, 81% acreditam que o Brasil está mudando para melhor. Entre os que têm ensino fundamental, o número cai para 68%. Os homens também estão mais otimistas do que as mulheres. Do total de jovens mulheres participantes do estudo, 70% acreditam que o Brasil está mudando para melhor. Entre os homens, o número sobe para 80%.
A pesquisa foi realizada em 2010 em duas etapas. A primeira, qualitativa, teve 1.200 abordagens em universidades e organizações nas principais capitais do País. A segunda etapa, quantitativa, abrangeu 173 cidades em 23 Estados e ouviu 1.784 jovens de 18 a 24 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais e para menos.
Fonte: IG / EntreRios Jornal
3 comentários:
Manifestações políticas alternativas e criativas são muito válidas, mas bem pouco efeito repercutem se não envolvem multidões.
Além disso, a forma mais eficaz de se mudar algo na política é ocupando os locais formais da política, ou seja, os partidos políticos e os cargos eletivos ou comissionados da administração pública em suas diversas instituições.
Se o jovem quer realmente fazer a diferença, tem de se engajar nos partidos.
Não adianta ficar só no mundo virtual reclamando.
Tem que vir para o mundo real e ocupar os espaços de poder instituído, porque é ali que são tomadas as decisões que afetam a sociedade e onde nosso dinheiro público é gasto.
Acreditar que a internet por si só vai mudar as coisas é, no mínimo, ingenuidade, senão alienação.
Concordo plenamente Aldeir, acredito muito numa citação de Gandhi que diz "Você deve ser a mudança que quer ver no mundo".
Como você mencionou não adianta ficarmos inérces, esperando que o próximo aja que a mudança começe pelo outro.
Chega de ficarmos parados, aceitando essa realidade que tem nos sido imposta nos últimos anos.
O debate tem que ser gerado,mas não pode ficar tão somente na teoria tem que partir para a ação, para a prática.
Forte Abraço
Tiago Martins
Juventude Ativa
Isso aê galera!!!
Vamos buscar um partido que nos dê a chance de concorrer acima de tudo.
Tá na hora de concretizar a mudança que queremos em nossa cidade.
Forte abraço e vamos que vamos!!
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