quinta-feira, 22 de março de 2012

Síndrome de Down não é doença! A luta pelo fim do preconceito e pelo respeito às diferenças

Na última quarta-feira, 21 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Afetando pessoas de qualquer raça, sexo ou etnia, a Síndrome de Down é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo extra ligado ao par 21.
 
Conhecida também como trissomia 21, a Síndrome de Down não é uma doença e não deve ser tratada como tal. Pessoas com Síndrome de Down possuem um déficit intelectual, o que não quer dizer que elas não possam estudar, trabalhar e ter uma vida comum como outra pessoa qualquer. De acordo com a assistente social da Apae de Três Rios, Rita de Cássia, o atraso no desenvolvimento não impede que esses indivíduos realizem atividades que o insiram socialmente no meio em que vivem.
 
Os portadores desse distúrbio genético devem ser tratados com respeito e carinho, mas não com piedade, afirma a assistente social. “A sociedade tem pena da pessoa com Síndrome de Down e a trata como uma criança. Devemos deixar de olhá-los como pessoas doentes e passar a enxergá-los como pessoas que apenas têm um modo de vida mais lento, sabendo respeitar suas diferenças”, declara Rita de Cássia.
 
Para a psicóloga Ellen Mendes, os indivíduos com Síndrome de Down apresentam limitações como qualquer outra pessoa. “Eles têm dificuldades, mas, através da estimulação, conseguem desenvolver outras características e ter um dia a dia comum”, diz.
 
Existem diversos mitos que envolvem o universo da Síndrome de Down. Um deles é que os portadores desse distúrbio apresentam temperamento agressivo. Segundo a assistente social da Apae, Rita de Cássia, não se pode fazer essa generalização. “Se uma pessoa é historicamente excluída, ela tende a agir com agressividade. Mas se ela é tratada com carinho, reagirá desse modo. O indivíduo age de acordo com o ambiente em que está inserido e com a maneira que a sociedade o vê”, destaca.
 
O amor e o apoio da família são fundamentais para o bom desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down. Ozanil Oliveira de Andrade é mãe de Rafael, 8 anos, portador do distúrbio genético. Buscando estimular a independência do filho, Ozanil o leva à Apae todos os dias. “Foi um choque muito grande quando descobri que ele tinha essa síndrome, mas venho superando as dificuldades”, revela.
 
O menino já sofreu preconceito por parte da sociedade por ser portador da Síndrome de Down, conta Ozanil. “Algumas pessoas olham de lado para o meu filho e algumas crianças o excluem, deixando-o brincar sozinho”. Mãe de outros dois filhos, ela diz que Rafael é uma criança que requer mais atenção e cuidado. “Ele necessita de um acompanhamento maior de médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas. Os meus outros dois filhos com 8 anos de idade, por exemplo, já iam sozinhos para a escola, enquanto o Rafael não”. Segundo Ozanil, o sonho dela é ver o filho ter uma vida normal como qualquer outro indivíduo.
 
O estímulo dos familiares e especialistas com portadores da Síndrome de Down é primordial para a independência desses indivíduos. De acordo com a fonoaudióloga Ana Paula Taroco, é essencial que a família dê atenção e, desde cedo, procure profissionais que acompanhem o desenvolvimento físico e intelectual das pessoas com a Síndrome.
 
Trabalhar a independência das crianças e adultos com Síndrome de Down deve ser um dos principais objetivos dos pais, segundo a psicóloga Soraia Delgado. “Não podemos prever qual será o futuro desses indivíduos. Infelizmente, eles não terão os familiares sempre por perto os protegendo. Portanto, o ideal é que se trabalhe a inserção deles no contexto social, de forma que eles próprios encontrem e conquistem seu espaço”, destaca a especialista.
 
Fonte: Entrerios Jornal

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