quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Greve da polícia do Rio pode ter início nesta sexta


Comitê da S.O.S policiais vieram do Rio de janeiro para debater as reivindicações da greve./Foto On
Comitê da S.O.S policiais vieram do Rio de janeiro para debater as reivindicações da greve./Foto On
Na noite desta terça-feira (08), agentes da Policia Militar, Corpo de Bombeiros e da Policia Civil de Três Rios, Levy Gasparian, Sapucaia e Areal compareceram a uma reunião organizada pelo S.O.S policiais (líderes de um movimento que reúne as forças de segurança pública do estado do Rio), que percorrem todo o estado, com intuito de discutir e comunicar sobre a possível paralisação dos militares prevista para começar nesta sexta-feira(10). Cerca de 200 profissionais, entre bombeiros, policiais e sindicalistas que apoiam o movimento, compareceram ao evento ocorrido no Independência Clube, às 20h, em Três Rios.

O objetivo do encontro, foi invocar e informar o batalhão da policia de Três Rios e cidades vizinhas a participarem da greve da policia militar no dia 10, caso o governador do estado, Sérgio Cabral, não entre em acordo e deixe de atender as reinvindicações da classe.  Os policiais reivindicam melhorias como aumento de salário, vale transporte, ajuste na carga horária, proteção aos agentes de segurança pública, equipamentos de segurança, fim do sistema de rancho (substituição por vale-refeição), fim das prisões administrativas e não perseguição aos militares que estão reivindicando melhorias.

Cerca de 200 profissionais compareceram para apoiar a paralisação prevista para o dia 10./Foto On
Cerca de 200 profissionais compareceram para apoiar a paralisação prevista para o dia 10./Foto On

No dia 19 de janeiro, houve uma tentativa por parte dos militares em chegar a um consenso com Cabral. O grupo esperava que o comandante geral da corporação, coronel Costa e Filho, comparecesse à assembleia informando que o governador tinha aceitado as suas reivindicações, evitando assim uma greve às vésperas do Carnaval. Mas, isso não ocorreu. Os PMs e bombeiros reivindicam uma base salarial de R$ 3 mil, jornada de trabalho de 40 horas semanais e auxílio transporte.
De acordo com o cabo Pablo Rafael, integrante da comissão do S.O.S policiais, o salário dos policias militares no estado é o menor do Brasil R$ 1.031,38, bem distante dos R$ 4.129,73 pagos aos profissionais do Distrito Federal. “Não queremos agir como os policiais da Bahia, só queremos ser valorizados. O Rio de Janeiro está entre os estados mais ricos do Brasil e é o que menos paga aos profissionais”, informou. Ainda de acordo com ele, a intenção do encontro que se dá em todas as cidades do estado, é movimentar 100% da classe em uma união jamais vista na historia em prol dos recursos reivindicados. Durante o discurso, foi lamentado que a greve  aconteça próximo ao carnaval. “Tentamos negociar há muito tempo, acho difícil que um acordo seja estabelecido antes disso, vamos nos unir e não iremos nos acovardar, tudo é por uma boa causa. Somos honrados em servir e proteger a sociedade, cumprimos a nossa missão, devemos então, receber um salário digno e direitos justos no trabalho”. Finalizou. A reunião terminou com a carreata de alguns policias pelas ruas da cidade.
Nesta quinta-feira (09), está prevista para acontecer uma votação na Alerj (Assembleia Legislativa Rio de Janeiro) acerca do reajuste de 38,81% que foram prometidos para o biênio 2012/2013 aos profissionais.
As leis estaduais número 5.767 e 5.768, de janeiro de 2010, já previam um reajuste às classes requerentes na ordem de 0,9% ao mês - no total, o texto aprovado garantia um pagamento mensal extra entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014. Destas, 13 parcelas já foram pagas. A mensagem enviada pelo governador no último dia 1º de fevereiro, no entanto, antecipa o pagamento das 35 demais mensalidades - mas não propõe ganho real, de acordo com a demanda dos servidores.
Cabral propôs à Alerj a antecipação dos aumentos deste ano para este mês (10,54%), para janeiro de 2013 mais 0,9%, em fevereiro de 2013 mais 10,54% (a soma das parcelas de todo o ano), e mais 11% para outubro de 2013. Na soma, os 38,81% de reajuste apresentados na mensagem original do chefe de Estado fluminense.
Poucas horas depois de os deputados da Alerj se reunirem para discutir as emendas a serem aprovadas ao texto substitutivo da proposta de reajuste, amanhã (09), ocorrerá a assembleia geral das categorias que vai decidir ou não pela greve de toda a polícia do Rio de Janeiro para o dia seguinte, 10 de fevereiro.

Um comentário:

Mônica Martins disse...

Depois dessa a Constituição pode ser rasgada, pois militares ñ podem entrar em greve. Que vergonha nacional e internacional! Isso vai manchar ainda mais a reputação do Brasil.