quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Em Paraíba do Sul, crimes que chocaram a sociedade também seguem sem solução

Um dos crimes mais bárbaros da história da cidade foi o duplo
homicídio contra mãe e filha em julho, no bairro das Palhas (Foto: Reprodução)
Bastou relembrar o triste episódio do assassinato da universitária Jéssica Phillip Giusti em Três Rios, há exatamente um ano, para que uma grande quantidade de apelos fosse enviada à redação do Entre-Rios Jornal. As mensagens cobravam providências das autoridades em relação a outros crimes cometidos na região que seguem sem explicação. 

Entre eles, o que mais chocou a cidade de Paraíba do Sul em toda a sua história: um duplo homicídio, cometido contra Maria Eunice da Conceição Monsores, de 36 anos, e sua filha, Maria Gabriela da Conceição Vieira, de 15 anos. Elas foram brutalmente assassinadas com dezenas de facadas por todo o corpo dentro da própria residência. As duas foram encontradas pelo sargento PM Luiz Vieira, mortas, no dia 18 de julho deste ano. O policial era marido de Maria Eunice e pai de Maria Gabriela.

Muitos crimes têm sido cometidos em lugares pacatos, onde os hábitos da população são restritos, o que os deixa mais assustados com os fatos violentos envolvendo pessoas comuns. Pessoas como o jovem Felipe Lameck Dias, morto durante a madrugada do dia 11 de junho: o corpo foi encontrado num lugar ermo, afastado do centro de Werneck, mais precisamente na estrada que liga o 4º distrito ao Santuário de Bom Jesus de Matozinhos. O crime teve requintes de crueldade: Felipe teve seu rosto parcialmente desfigurado, aparentemente por pancadas com uma barra de ferro ou porrete, parte do corpo queimado por tentativa de incêndio. No local, havia uma garrafa com resíduos de material inflamável.

Num período de 20 meses, desde fevereiro de 2010, ou seja, menos de dois anos, já foram contabilizadas mais de uma dezena de mortes na antes pacata cidade, uma média de um homicídio a cada mês, na maioria de forma covarde e traiçoeira, sem chance para as vítimas.



Os últimos assassinatos demonstram que a audácia dos criminosos só faz aumentar essa lista de crimes sem solução. O jovem Ronaldo Arantes Freitas, o popular Juninho Macumba, foi uma das vitimas. Numa segunda-feira, 14 de março, às quatro da tarde, a poucos metros do centro comercial, Juninho caiu morto alvejado por cinco tiros. Outro que teve o mesmo destino foi o empresário trirriense Leandro Sola, assassinado no dia 25 de maio quando chegava para trabalhar, por volta das 11h, em seu posto de gasolina, na bucólica localidade de Santo Antônio.


O empresário trirriense Leandro Sola foi executado
em maio quando chegava para trabalhar em seu posto de gasolina
(Foto: Jorge Barbosa/Entre-Rios Jornal)



A vítima mais recente foi o motorista de caminhão Itamar Geraldo da Costa, de 41 anos, residente no bairro Niágara. Ele foi morto em um bar, localizado no bairro Marrecas, ao lado de um campo de futebol. Segundo a polícia militar, Itamar teria sido atingido por mais de seis vezes. Também foram atingidas outras duas pessoas que estavam no bar: Sebastião Gonçalves, ferido na perna e Adriano Ignácio dos Santos, de 35 anos, socorridos pela guarnição militar e por populares respectivamente.

As famílias das vitimas aguardam providencias das autoridades da região, elas fazem parte de uma lista onde figuram os crimes sem solução, cometidos todos os dias nesse País. E mesmo tendo chocando a população, nos períodos em que aconteceram, esses crimes vão sendo esquecidos com o passar do tempo. Deixando tristeza para quem perdeu um ente querido, e uma certeza para quem comete essas barbáries. A permanência da impunidade! 

 A cidade de Paraíba do Sul tem vivido um dos períodos mais violentos dos últimos 20 anos. Com um número alarmante de homicídios, em sua maioria cometidos por arma de fogo, a cidade vem ganhando fama na região Centro Sul de cidade sem lei. Isso apesar de ter como título institucional, dado pela Prefeitura, de “Cidade da Paz”.

Fonte: Entrerios Jornal

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