RIO - Às vésperas de completar um ano, a lei que estabelece benefícios para o consumidor que dispensar as sacolas plásticas nas compras entrou no rol daquelas que não pegaram no Estado do Rio. A lei 5.502/2009 - que estipula desconto de R$ 0,03 a cada cinco mercadorias carregadas de qualquer outra forma que não em sacolas plásticas, como bolsas de pano e caixas de papelão - fará aniversário no próximo dia 15 esquecida pela população.
De acordo com a Associação dos Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj), são usados e descartados por mês, no estado, cerca de 200 milhões de sacos plásticos. Um dado que não merece qualquer comemoração: muitos ajudam a entupir redes de água e esgoto, ou colocam em risco a fauna de rios e lagoas.
Um dos principais motivos que justificariam a pequena adesão dos moradores do Rio à lei é o papel de destaque das sacolas plásticas no acondicionamento do lixo doméstico. O baixo valor do desconto previsto na lei também seria um fator de desestímulo, avaliam consumidores e varejistas. Curiosamente, apesar dos poucos avanços, os mercados não deixam a desejar no quesito divulgação: todos os quatro estabelecimentos visitados pelo GLOBO exibiam placas contendo o texto da lei.
- Na Europa e nos Estados Unidos, a lei é um sucesso, porque cobra o uso, dói no bolso do consumidor. - diz o vice-presidente do conselho diretor da Asserj, Genival Beserra,. - Três centavos de desconto são um valor irrisório. A conscientização do consumidor é a responsável por uma redução na saída de sacolas plásticas de até 15% nos últimos anos no Rio. Não a lei.
Diante dos tímidos avanços, há quem aponte que faltam campanhas de conscientização. Subgerente de um mercado em Laranjeiras, Geílson de Souza acredita que, passada a empolgação inicial, a população não se lembra mais da lei.
Fonte: O Globo
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