terça-feira, 29 de março de 2011

TR On Line: Por que times da região não alcançam a série B do Estadual?

Não basta ter jogadores profissionais, bom campo, base de treinamento e comissão técnica. Profissionalizar esses fatores isolados seria como manter uma orquestra sem maestro. Mas também não existe fórmula para chegar à final de uma competição, afinal, cada disputa é impar. Entretanto, com investimento e todos os fatores mencionados anteriormente, seria bem mais fácil tocar a sinfonia da vitória. “Sem a ajuda do poder público é impossível subir de divisão”, contou Cassius Salema, supervisor do Paraíba do Sul F.C.

Bem mais otimista que os outros times, o Paraíba está se estruturando para retornar ao campeonato no próximo ano. Pelo menos é o que afirmou Salema. “Estamos terminando as obras de construção do campo de society e reformulando a estrutura física para 2012”, completou.

O Três Rios, que disputou o Estadual em 2010, era a grande promessa da cidade. Depois de alcançar o oitavo lugar, em 2009, e o quarto, no ano passado, seria esperada uma grande mobilização esportiva em torno do projeto, que levaria a equipe à segunda divisão de profissionais da Federação de Futebol do Rio de Janeiro – FERJ -, mas a dura realidade levou o time a desistir da competição em 2011. “Setores essenciais da nossa sociedade, órgãos e empresas que decidem apoio e patrocínio estão em mãos conservadoras e não deram o apoio necessário para a continuidade do Três Rios F.C.”, lamentou o secretário municipal de Esportes, José Roberto Padilha.

Agora, a cidade trirriense será representada pelo Améria F.C., que iniciou o ano fazendo campanha para arrecadar dinheiro, visto que o apoio da prefeitura é pouco. “Não podemos desviar dinheiro da educação e da saúde, por exemplo, ou de outros esportes para apoiar um time. A prefeitura não tem time”, contou Vinicius Farah, prefeito de Três Rios.

Mas, afinal, por que os times regionais conquistam más colocações na competição estadual? Para o prefeito trirriense este fato se deve aos profissionais. “Antes, os times da cidade não tinham ajuda e, ainda assim, tivemos equipes na primeira divisão”, recorda. Para Padilha, o que faltou ao Três Rios, sobrou ao América, que teve mais competência e buscou atrair patrocínios para completar sua receita. “Agora, na medida em que a prefeitura aumentar sua arrecadação, será natural que as subvenções cresçam e ajudem ainda mais os clubes e demais entidades apoiados por ela”, salientou o secretário.

As opiniões são divergentes, mas todos os jogadores apontam para o mesmo fator: investimento. Com 22 anos de atuação como profissional, Denílson Álvaro, disse que sem dinheiro não é possível conseguir um futebol profissional. “A falta de clubes disputando o futebol profissional prejudica os jovens que não têm como mostrar seu talento e, com o passar dos anos, tomam outro rumo na vida”, afirma ele sobre a ausência de clubes profissionais na cidade.

Para Iuri de Oliveira, que joga há cinco anos, além da dificuldade de patrocínio, “faltam empresários para promoverem os atletas”. Ricardo Vasconcelos joga há 29 anos. Ele também diz que a falta de investimento é um problema e justifica essa necessidade. “O futebol profissional, hoje, é muito caro e a ausência dos clubes tradicionais da cidade como Entrerriense e América foi prejudicial para os jogadores que não tinham onde mostrar seu talento”, finalizou.

Nossa equipe tentou, mas, infelizmente, não conseguiu contato com o presidente do América de Três Rios até o fechamento desta matéria. Mesmo assim, é possível verificar que o que falta mesmo é o dinheiro. No entanto, parece que a melhor saída será seguir a receita do secretário Padilha. “O América F.C. será o nosso representante na Série C do Estadual. Por isso, vamos apoiar o América, pelo excelente treinador e pela qualidade dos atletas herdados do Três Rios F.C. e do Paraíba do Sul”, explanou.



Por Rafael Moraes com colaboração Juliano Maia

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