quinta-feira, 1 de julho de 2010

Série "Pensando em Cidadania para construir um novo futuro" - Parte III

A CIDADANIA NA ESCOLA
No que se refere à formação político-social, não é tradição brasileira a influência da escola nessa matéria.
Durante longo período de nossa História, a Política era tema proibido ou considerado de somenos importância na for­mação do jovem. A educação para a cidadania ficava fora dos cur­rículos e da preocupação das escolas.
Cantar simplesmente o Hino Nacional, como sempre se fez, obviamente não pode ser considerado um programa de formação para a cidadania. É louvável que se cante o Hino Nacional. Ele nos 1hz sentir que somos um povo, temos uma História comum e temos pela frente um país a construir com garra e amor Mas de forma alguma a educação para a cidadania pode limitar-se ao Hino Nacional.
O Governo João Goulart, pouco antes da deposição desse presidente, criou nas escolas de grau médio (antigos ginásios) a cadeira de “Organização Social e Política Brasileira”. Muito bem projetada, essa disciplina tinha a finalidade de contribuir para a formação político-social do jovem de modo que se tornasse um cidadão consciente e prestante.
Com o golpe de 1964 e a ideologia de “Segurança Nacional”, em que se apoiou, o projeto de formação democrática do Governo João Goulart foi adulterado. A disciplina “Orga­nização Social e Política Brasileira”, embora formalmente menti­da, foi ligada à cadeira de “Educação Moral e Cívica”, que então foi criada. As diretrizes governamentais endereçavam essas disci­plinas a inculcar na juventude a ideologia do que então se enten­dia como “segurança nacional”. Na verdade não se tratava de autêntica Segurança Nacional, mas de segurança do regime dita­torial, através do controle das consciências e de uma maciça lavagem cerebral.
Embora fosse difícil combater o regime de frente, nem todas as escolas e professores dobraram-se ao poder dominante e a seu intento de impor à juventude o pensamento oficial A história da resistência democrática, o boicote inteligente e silencioso às ordens do déspota ainda não foi escrita e talvez não possa nunca ser escrita, por fa?????lta de documentação suficiente. Mas que houve
resistência, é certo que houve. Essa constatação é motivo de crença no Brasil.
Superada a fase do regime militar, votada uma nova Constituição, a educação para a Cidadania, a formação democrática voltou à pauta dos grandes temas nacionais.
A escola tem um papel valioso na construção do perfil do verdadeiro cidadão.

Cabe à escola:
a) proporcionar formação política aos alunos, educar enfim para a cidadania, quer através do currículo, quer de forma extracurricular;
b) acompanhar e debater, isenta de sectarismos partidários, a vida política do município, do Estado e do país, aproveitando-se da ajuda que possam proporcionar ou­tras instituições sociais;
c) exercer ação educativa sobre a família e a comunidade.

2 comentários:

Professor José Costa disse...

Parabéns pelo texto, todo professor deveria ler,de como você relata a importância do ensino da cidadania na escola. Acredito também que os alunos deveriam receber formação política na escola para que saibam escolher os futuros governantes. Saudações, Profº José Costa. http://professorjosecosta.blogspot.com

Equipe da Juventude Ativa de Paraiba do Sul disse...

Profª Costa quero agradecer pela participação em nosso Blog e ressaltar que concordamos com o senhor no que tange a formação política de nossos alunos.

Abraços
Juventude Ativa
Tiago Martins