quinta-feira, 1 de julho de 2010

A dificuldade em se livrar da droga

REGISTRO DE UM CASO REAL DE ENVOLVIMENTO COM DROGAS
MATÉRIA REALIZADA PELO ENTRERIOS JORNAL. LEIAM E VEJAM O QUE AS DROGAS PODEM FAZER COM OS SERES HUMANOS.

Em busca de um caso curioso sobre envolvimento com drogas, conversamos com Carlos*. Diferentemente dos outros jovens que se envolvem nas drogas por intermédio de amigos ou conhecidos, ele ficou sabendo dos efeitos alucinógenos com auxílio do pai.
Aos 12 anos fumou o primeiro cigarro de maconha, e não parou mais. Antes disso, só tinha consumido, segundo ele, “poucos goles de cerveja”. Nestes oito anos de vício, já tentou parar, por mais de 10 vezes, mas sempre é vencido pela vontade de consumir a droga. “Os primeiros dias depois da decisão de parar, a abstinência, são os mais difíceis. Sinceramente, não sei se serei capaz. Da uma revolta tão grande que no fim, acabo cedendo à vontade de fumar mais um”, resumiu.
Sobre a curiosidade em relação às outras drogas, disse: “Já experimentei muitas coisas, mas, sabe né? Não uso sempre”, disfarçou.
Segundo Carlos, a maioria de seus amigos consome drogas. Uns mais, outros menos. “Quando a gente não quer favorecer eles, e um não tem, o que tem paga pro outro. Isso é comum”, explicou, confirmando o fato de que ninguém fica sem consumir a droga por falta de dinheiro.
Quando não está trabalhando, ele chega a pedir dinheiro emprestado ou pegar ‘o produto’ fiado com ‘os carinhas’. “Eles te dão um prazo pra pagar né? Daí eu tenho que arranjar o dinheiro dentro deste prazo. Às vezes, quando não consigo, apanho. Já apanhei muitas vezes, ih, perdi a conta. Ou então, meus pais me dão o dinheiro. Outras vezes, faço ‘favores’ pra eles. Levo alguma encomenda em algum lugar pra quitar meu débito, pagar o que consumi”, explica-se.
Perguntado se já foi pego pela polícia, Carlos não responde, apenas ri.
Amanhã relataremos o depoimento de um jovem que se envolveu no tráfico na Baixada Fluminense. Conseguiu chegar no topo da hierarquia do crime, mas pra isso roubou, matou e consumiu diversos tipos de drogas. Arrependido e, para abandonar a vida errônea, teve que mudar para o interior e recomeçar do nada.

* Carlos é um nome fictício, utilizado pela equipe de reportagem do Entre-Rios Jornal para preservar o indivíduo.
Autor: Reportagem Especial/ Angélica Garcia

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