Estado paga por ar condicionado desligado em salas de aula do Rio
O Estado vem desperdiçando dinheiro num dos projetos mais importantes da sua pasta de Educação: o de climatização das salas de aula. No começo deste mês, o governo recebeu uma fatura — da empresa com quem tem contrato — pelo aluguel relativo ao mês de fevereiro de 14 mil aparelhos de ar-condicionado. Esse é o total de equipamentos que estão afixados nas paredes das salas. Porém, só 6 mil já puderam ser ligados por professores e alunos. Os demais 8 mil estão sem funcionar há períodos que, segundo a Secretaria estadual de Educação, chegam a um mês, aguardando o aumento de carga elétrica das escolas.
Em tese, desde fevereiro, usando-se como base o período de um mês de inoperância dos 8 mil aparelhos, o desperdício total gira em torno de R$ 690 mil. O cálculo foi feito pelo EXTRA, com base nos menores valores de aluguel dos equipamentos previstos no contrato vencido pela empresa Bello Rio Engenharia Ltda, em 2009.
Só na parede
Segundo o subsecretário de Educação Julio da Hora, o contrato, assinado em 7 de julho de 2009, prevê que a empresa receba por aparelho, a partir do momento da instalação na parede (com tomada perfeita e saída de água traseira). Ou seja: não necessariamente funcionando. A Bello Rio diz que, tecnicamente, a instalação é concluída após a ligação do aparelho na rede elétrica, mas, devido a problemas com concessionárias de energia, muitas escolas não puderam ter a instalação concluída no ato da entrega dos equipamentos.
“Por isso, passamos a receber a partir da visita às escolas para instalação. Após a confirmação do aumento de carga, revisitamos todas as escolas para concluir a ativação”, informou, em nota, a Bello Rio.
Em tese, desde fevereiro, usando-se como base o período de um mês de inoperância dos 8 mil aparelhos, o desperdício total gira em torno de R$ 690 mil. O cálculo foi feito pelo EXTRA, com base nos menores valores de aluguel dos equipamentos previstos no contrato vencido pela empresa Bello Rio Engenharia Ltda, em 2009.
Só na parede
Segundo o subsecretário de Educação Julio da Hora, o contrato, assinado em 7 de julho de 2009, prevê que a empresa receba por aparelho, a partir do momento da instalação na parede (com tomada perfeita e saída de água traseira). Ou seja: não necessariamente funcionando. A Bello Rio diz que, tecnicamente, a instalação é concluída após a ligação do aparelho na rede elétrica, mas, devido a problemas com concessionárias de energia, muitas escolas não puderam ter a instalação concluída no ato da entrega dos equipamentos.
“Por isso, passamos a receber a partir da visita às escolas para instalação. Após a confirmação do aumento de carga, revisitamos todas as escolas para concluir a ativação”, informou, em nota, a Bello Rio.
Ar-condicionado
pedido de aumento de carga perto do início das aulas
pedido de aumento de carga perto do início das aulas
O estado concentrou os pedidos de aumento de carga elétrica em escolas do interior no mês de fevereiro, período em que começaram as aulas na rede pública estadual. Dados obtidos pelo EXTRA mostram que, em fevereiro, foram feitos 369 requerimentos à Ampla. Nessas unidades, a ampliação é pré-condição para que os aparelhos de ar-condicionado, alugados pelo estado num contrato assinado em julho de 2009, pudessem ser ligados. Ao longo de 2009, foram apenas 26 pedidos na área da concessionária. Em janeiro deste ano, foram 11. Procurada, a Ampla confirmou os números.
Os dados são mais um indício do desperdício de dinheiro por parte do governo. No domingo, o EXTRA mostrou que apenas 6 mil de 14 mil desses equipamentos instalados nas salas estavam funcionando. Apesar disso, o estado pagará, em relação ao mês de fevereiro, pelo aluguel dos 14 mil. Segundo especialistas das concessionárias, os pedidos de aumento de carga, bem como a execução desse serviço, poderiam ter sido feitos antes da instalação dos aparelhos de ar. Isso evitaria que o estado pagasse aluguel pelos equipamentos, enquanto estes aguardam nas paredes, sem funcionar, o acréscimo da potência.
-Isso só confirma a falta de planejamento do estado - disse o presidente da Comissão de Educação da Alerj, deputado Comte Bittencourt (PPS).
E mais: de acordo com a Resolução 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o prazo total de execução do aumento de carga pode levar até cerca de 90 dias. Segundo uma fonte da Ampla, a concessionária está conseguindo, a pedido do estado, reduzir esse tempo para um intervalo entre 30 e 50 dias. Entretanto, mesmo assim, essa espera é muito maior do que o tempo levado para a instalação de um aparelho de ar: um dia, segundo a empresa Bello Rio, responsável por afixar os equipamentos.
Fonte: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/#277896
O corpo técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE) concluiu que o contrato de aluguel de aparelhos de ar-condicionado assinado, em 7 de julho de 2009, com a empresa Bello Rio Engenharia, foi desvantajoso para os cofres do governo do estado. Os equipamentos estão sendo instalados nas salas de aula da rede pública estadual do Rio. Por enquanto, a análise dos técnicos, que consta de um processo (instrução) aberto recentemente pelo tribunal, ainda não foi a julgamento no plenário do TCE, mas isso deve acontecer em breve. O EXTRA teve acesso com exclusividade a detalhes do exame.
Os técnicos do tribunal, em conjunto com o Ministério Público, ressaltaram, por exemplo, que o governo não apresentou um estudo de viabilidade econômica que qualificasse como mais vantajosa a locação dos equipamentos, em vez da compra. Na análise, um dos argumentos apontados é o fato de a vida útil estimada de um aparelho de ar novo ser de 14 anos. Esse é o tempo no qual o estado poderia manter os aparelhos, caso eles fossem comprados, nas salas de aula em funcionamento.
Se comprasse os 34.250 equipamentos, em vez de alugá-los, como prevê o Contrato 012/2009, o estado pagaria cerca de R$ 42 milhões (dados levantados pelo tribunal). Pelo aluguel, por 12 meses, desses equipamentos, o estado se comprometeu a pagar R$ 38,9 milhões. No fim desse período, no entanto, os aparelhos não serão do estado. Em relação ao fato de o contrato de aluguel com a Bello Rio incluir manutenção dos aparelhos, o que, em tese, tornaria o acordo vantajoso, os técnicos do tribunal salientaram que a maioria dos fabricantes oferece garantia do produto comprado de um a três anos. Isso reduzia o custo de manutenção nos primeiros doze meses de uso.
FONTE: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/#277896
TCE diz que contrato de ar-condicionado foi desvantajoso
Os técnicos do tribunal, em conjunto com o Ministério Público, ressaltaram, por exemplo, que o governo não apresentou um estudo de viabilidade econômica que qualificasse como mais vantajosa a locação dos equipamentos, em vez da compra. Na análise, um dos argumentos apontados é o fato de a vida útil estimada de um aparelho de ar novo ser de 14 anos. Esse é o tempo no qual o estado poderia manter os aparelhos, caso eles fossem comprados, nas salas de aula em funcionamento.
Se comprasse os 34.250 equipamentos, em vez de alugá-los, como prevê o Contrato 012/2009, o estado pagaria cerca de R$ 42 milhões (dados levantados pelo tribunal). Pelo aluguel, por 12 meses, desses equipamentos, o estado se comprometeu a pagar R$ 38,9 milhões. No fim desse período, no entanto, os aparelhos não serão do estado. Em relação ao fato de o contrato de aluguel com a Bello Rio incluir manutenção dos aparelhos, o que, em tese, tornaria o acordo vantajoso, os técnicos do tribunal salientaram que a maioria dos fabricantes oferece garantia do produto comprado de um a três anos. Isso reduzia o custo de manutenção nos primeiros doze meses de uso.
FONTE: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/#277896
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