sábado, 12 de setembro de 2009

EDUCAÇÃO AINDA EM PÉ DE GUERRA Governador sanciona lei que mantém parcelamento de gratificação até 2015, e professores sustentam greve até terça






POR CELSO OLIVEIRA, RIO DE JANEIRO

Rio - O governador Sérgio Cabral sancionou ontem à noite a lei que mantém a incorporação e parcelamento até 2015 da gratificação do programa Nova Escola e os 12% da hierarquia salarial entre os níveis de carreira do Magistério Estadual. A aprovação do texto será publicada hoje no Diário Oficial e os novos valores entram em vigor nos vencimentos de novembro.
Horas antes, à tarde, os professores haviam decidido manter a greve até dia 15, quando voltarão ao “campo de batalha” da última terça-feira — a assembleia Legislativa — para novo ato público.
Ontem, cerca de 500 pessoas — entre professores, estudantes e profissionais de apoio — fizeram passeata até o Palácio Guanabara. Ao contrário do primeiro protesto, quando 13 pessoas ficaram feridas, desta vez não houve confrontos. Os grevistas distribuíram flores brancas a PMs, em resposta à reação violenta da polícia em frente à Alerj.
Na porta do Palácio, fizeram apitaço e dirigiram vaias ao governador, que não estava lá e foi responsabilizado pelo conflito de terça. Acompanharam a passeata 60 policiais do 2º BPM (Botafogo) e do Batalhão de Choque. Entre paródias musicais, nas quais chamavam Cabral de malvado e mentiroso, sindicalistas faziam críticas. Estudantes uniformizados usavam narizes de palhaço e do personagem infantil Pinóquio.
“Nosso confronto não é com a polícia, mas com o governo, que é nosso inimigo”, afirmou Vera Nepomuceno, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe). Em nota, a PM informou que os policiais agiram com rigor ao serem atacados a pedradas.
Os professores tentaram ser recebidos por representantes do governo no Palácio, mas não conseguiram. A passeata congestionou ruas de Laranjeiras, com reflexos no Centro e outros bairros da Zona Sul, e foi encerrada às 15h.
Na terça, nove professores, dois estudantes e dois fotógrafos se feriram no confronto na Rua Primeiro de Março, fechada pelos manifestantes. Professor de Geografia, Rodrigo Coutinho, 27, ainda se lembra do momento em que ficou sob a mira da arma de um PM. “Como cidadão, estou indignado.Tive desgaste pessoal com a situação, minha família ficou preocupada. Sinto como se o governador tivesse apontado aquela arma para mim. Sou um professor que corre atrás de seus direitos", desabafou.


FONTE: JORNAL O DIA

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